Paolo Guerrero já é o artilheiro máximo da história da seleção peruana, com 37 gols, dez a mais do que Jefferson Farfán. Agora, o centroavante do Internacional busca tornar-se também o maior goleador de seu país na Copa América.
Com 12 gols no torneio, um deles marcado nesta edição – no triunfo por 3 a 1 sobre a Bolívia -, o jogador de 35 anos está atrás apenas de Teodoro Fernández, que marcou 15 vezes entre as décadas de 30 e 40. Guerrero já deixou para trás Óscar Gómez Sánchez, que fez 11 gols na década de 50.
A próxima oportunidade para o capitão se dará nesta quarta-feira, quando a equipe alvirrubra enfrentará o Chile, às 21h30 (de Brasília), na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, local onde o centroavante não costuma brilhar.
O goleador esteve no local em cinco oportunidades, sendo derrotado três vezes. Em outro jogo, viu seu time empatar e perder o título nos pênaltis. A última ida ao local ocorreu em 15 de junho, quando ele e sua seleção não conseguiram sair do 0 a 0 com a Venezuela.
Além disso, o atacante recebeu dois cartões vermelhos, três amarelos e só marcou uma vez no estádio.
Para a partida, ainda haverá um confronto à parte, uma vez que o chileno Eduardo Vargas, que passou pelo Grêmio, soma 12 gols e, ao lado de Guerrero, é o maior artilheiro da Copa América entre os jogadores em atividade. No geral, Zizinho e o argentino Norberto Menendez são os recordistas, com 17 tentos cada.
“Creio que isso fica de lado, Paolo está focado em querer ganhar e, certamente, se tem que dar um passe antes de fazer um gol, então ele vai fazer isso”, declarou o lateral esquerdo Miguel Trauco em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
Técnico da Seleção e o coordenador técnico Edu, concedem entrevista coletiva ao vivo, direto da Granja Comary.
Um problema inusitado e que faz aumentar de alguma forma a pressão sobre o técnico Tite na disputa da Copa América, o treinador afirmou que Neymar, "tecnicamente, é imprescindível" para a Seleção e reconheceu a "importância da denúncia" de estupro contra o atacante. No entanto, o treinador afirmou que não vai se permitir julgar o caso. "Quando a gente fala imprescindível, isso não quer dizer insubstituível. É imprescindível pela qualidade no grupo. Mas insubstituível ninguém é, em lugar nenhum, em nenhum posto", completou o treinador em coletiva na Granja Comary.
Tite destacou que "é um assunto pessoal e tem um tempo para que as pessoas possam julgar os fatos". "O que posso passar é que são três anos que tenho de convívio com o Neymar, e os assuntos pessoais que tratamos foram leais e verdadeiros", disse. "Comigo, nas relações particulares, quando converso com o atleta, é muito pessoal. Sempre foi leal dessa forma. É um extraordinário jogador, não vou me permitir julgar", frisou.
O treinador teve que responder a pelo menos 19 perguntas relacionadas ao Neymar, sempre ressaltando que a seleção "está acima de todos nós". "O senso de equipe está acima de nós todos. Tenho uma série de responsabilidades, energia para gastar no que é importante, que é a preparação da equipe. Quero que vocês entendam que meu foco é a preparação para o jogo contra o Catar. Se ficar buscando, fazendo projeções, vai me consumir energia que vai me tirar do meu foco", advertiu.
Aos jornalistas ele negou que este seja o momento mais difícil de sua carreira e ponderou que não se sentiu agredido pela denúncia. "Não me agride porque foi assim durante a minha carreira toda, meu histórico me credencia. Situações disciplinares acontecem, e são sempre tratadas da mesma forma. O Adenor está acima do Tite. O Tite não vai engolir o Adenor. Eventualmente, ele pode ter um rompante de vaidade. Sou orgulhoso, mas não sou burro e tenho tempo de rodagem de saber que os meus valores estão muito bem calcados", ponderou.
Questionado se Neymar merece ocupar a atual posição pelos momentos recentes, que incluem uma agressão a um torcedor, o treinador afirmou que a situação mais recente "está contextualizada em cima de tudo que foi colocado". "De novo, falo para não fazer pré-julgamento. Deixar para as pessoas responsáveis. Estou focado no meu trabalho, numa Seleção que representa o país. Não temos os fatos claros. O tempo pode dar essas respostas todas", afirmou. Ele ainda considerou que o camisa 10 é um extraordinário jogador de futebol, com quem tem uma relação muito transparente e verdadeira.
Braçadeira de capitão
Há uma semana, Tite anunciou que a faixa de capitão na seleção brasileira mudará de braço. A responsabilidade ficará com Daniel Alves. "Quando conversei com Neymar, não disse para quem ia dar a braçadeira. No outro dia pela manhã, liguei para o Dani e disse que também queria conversar pessoalmente sobre a capitania. Já foi capitão. No meu sonho de ganhar a Copa do Mundo era o Dani que levantaria a taça. Ele disse: 'sei da responsabilidade'", afirmou o treinador, que "talvez, tudo é possível", pense em retornar a braçadeira para o atacante.
"Não sei, o que eu posso é definir o agora, senão ficamos falando em termos hipotéticos, e não é legal. Trabalhando com a condicional é difícil. Só gostaria de uma coisa: que vocês tivessem sensatez nas respostas, um livro é escrito num contexto todo. Nunca pedi arrego de crítica, mas a batalha que quero enquanto profissional é dar a informação correta. O resto é do jogo, faz parte, errar ou acertar", considerou.
Críticas a Neymar em 2012
Em uma partida do Campeonato Brasileiro de 2012, Tite, na época treinador do Corinthians, mostrou muita irritação durante a entrevista coletiva, após a derrota do seu time por 3 a 2 para o Santos, e criticou Neymar. O técnico voltou a comentar a polêmica e disse que "tinha enfrentado o Neymar sete vezes como adversário, não tinha tido convívio nenhum". "Hoje fico tranquilo de dizer que tenho três anos de convívio com ele. Há diferença entre 2019 e 2012, sete anos. Não vou ter sempre a mesma opinião. Não quero ser o cara que tem uma opinião há sete anos, não olhar o contexto e não mudar. Me permito mudar", enfatizou.
Edu Gaspar buscou assessoria para a CBF
O coordenador técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Edu Gaspar, informou que não viu o vídeo no qual Neymar nega a acusação e expõe fotos íntimas da denunciante, mas comentou que, a partir do momento em que tomou conhecimento, pela importância do assunto, buscou assessoria jurídica para a instituição e para ele. "A ideia central, por eu não entender os processos que devo cumprir, é deixar a assessoria jurídica ao atleta, para a CBF, e centralizar as informações. A ideia seria a assessoria estar aqui para resolver o caso da melhor e mais breve forma possível para que o atleta esteja com a cabeça tranquila para a Copa América", explicou.